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Dom Ago 11, 2019 11:06 pm
Olavo de Carvalho / Sidi Muhammad - Desmascarado!




Olavo Luiz Pimentel de Carvalho reside em Carson, na área rural da Virgínia, Estados Unidos da América, segundo consta numa vizinhança um tanto peculiar, cercada de “olavetes“. Em seus escritos, aulas e videoaulas, denomina-se atualmente com neoconservador, neoliberal e pró-sionista. Mas oque quase nada se fala é sobre a origem desse senhor, a qual nada se havia falado de poucos anos para trás. Mostraremos aqui, nessa série de artigos, quem é, quem foi, como funciona e como se articula, assim como para que finalidade serve o mito “Olavo de Carvalho”.
Sua influencia dentro da ascendência de viés conservador e liberal crescente no país tem muito crédito, embora quase ninguém saiba exatamente quem ele é, ou de onde ele vem. Mas recentemente o vemos em documentários como os do “Brasil Paralelo” e “O jardim das aflições”, que recentemente causou reboliços em exibições nos centros acadêmicos por todo país e do qual ele também é autor do livro homônimo e outro que recentemente fez muito sucesso, intitulado “O mínimo que você precisa saber para não ser um idiota”. Afinal, de que “buraco saiu” Olavo de Carvalho? O que ele estava fazendo quando, segundo ele próprio, o “comunismo” tomou todo o país e tornou-se o único e irremediável causador de todos os males da nação? (coisa que afinal é sua ideia).
Origem e “formação”
Autodenominado jornalista, ensaísta, filósofo e professor, Olavo nasceu em Campinas, no estado de São Paulo no dia 29 de Abril de 1947, onde viveu por cerca de um ano e meio. Filho do advogado Luiz Gonzaga de Carvalho [1] e da dona de casa Nicéa Pimentel de Carvalho, não possui nenhum registro de que Olavo tenha cursado ao menos o ensino médio. Ele mesmo, no entanto, afirma que não chegou sequer a cursar o atual quinto ano da escola fundamental (quarto ano do ginásio em sua época).



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Entretanto, nesse documento oficial a Polícia de São Paulo, datado de 1989, ele afirma o grau superior, será que Olavo mentiu para a polícia?


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Uma face de “comunista” do PCB

Começaremos sua trajetória pelo básico, por onde ele não nega devido sua passagem inegável e que futuramente muito lhe serviria. Entre 1966 e 1968, Olavo de Carvalho atuou no Partido Comunista Brasileiro, um dos mais antigos do segmento no país. Nessa época, quando o controle político do Brasil havia sido assumido pelos militares do Governo Federal, Olavo e sua ex-esposa Roxane Andrade de Souza eram marxistas radicais prontamente fichados pelos militares. Segundo o próprio Olavo:

“Quando eu morava na Casa do Estudante do XI de Agosto, ali todo mundo era militante de esquerda, mas havia dois tipos: os revolucionários sérios, de vocação, que sonhavam com carreira política (como Rui Falcão), e os que eles chamavam de Lumpemproletários, a escória da revolução, os desclassificados como eu e o Rocco Buonfiglio, que só pensavam em revolução quando não estavam pensando em mulher, o que acontecia, digamos, uns trinta minutos por semana. Eu e esse simpático companheiro de farras frequentávamos nas noites de sexta uma gafieira então muito famosa, o Som de Cristal, na Rua Rego Freitas. Não havia prostitutas naquele estabelecimento, cujo público feminino constituía-se eminentemente de empregadinhas domésticas em busca de compensações eróticas para a rotina deprimente da semana. Cada namoradinha que ali arrumávamos tinha sempre algumas amigas que, sabendo que íamos para um prédio de população exclusivamente masculina, logo se assanhavam e queriam ir junto. Essa era a nossa principal contribuição à causa revolucionária, como guias da massa feminina em direção à Casa do Estudante”. [2]

Segundo Olavo, sua esposa, Roxane, foi membro da organização trotskista Liberdade e Luta (LIBELU), na qual seu codinome era “Cláudia”:

“Minha esposa Roxane, que conheci em 1982 e com quem me casei em 1986, após sua conversão ao cristianismo, tinha sido presa em setembro de 1977 por participar de um ato público da UNE na PUC-SP, onde estudava, e interrogada no DOPS em São Paulo. Ela era então membro de uma organização trotskista, onde seu codinome era Cláudia.” [3]

Uma passagem pela ala psiquiátrica antes do exoterismo

Segundo o jornalista Renato Pompeu, Olavo de Carvalho foi seu colega no hospital psiquiátrico. Olavo saiu do hospital sem alta e dai em diante seguiu como guru astrológico e a se envolver com seitas religiosas [4]


  “(…) E finalmente o Olavo de Carvalho, que foi meu colega de internamento no hospital psiquiátrico, quando saiu do hospital, sem alta por sinal, saiu com alta a pedido porque os médicos não queriam deixar ele sair, virou o guru dos astrólogos aqui em São Paulo, começou a se envolver com seitas religiosas, vivia de explorar mulheres, teve sete, e faz mais de 30 anos que não trabalha. Então começou a se envolver com seitas barra pesada, deu uma entrevista na última página da antiga Folha da Tarde dizendo que estavam querendo matá-lo, porque na verdade ele estava numa seita que era uma quadrilha, discutiram lá por causa da partilha do saque e ameaçaram de morte. Como era conhecido como astrólogo, deu essa entrevista como se não tivesse nada a ver, dizendo que tinha descoberto coisas dessa seita e aí sumiu, desapareceu. Ninguém mais ouviu falar dele até que uns 15 anos depois ele aparece como filósofo no Rio criticando os intelectuais de esquerda por defenderem trombadinhas, metendo o pau nos que não permitem a liberdade de expressão dos racistas.

   Conheci o sr. Olavo de Carvalho em 1974 ou 1975, quando ambos éramos internos do Instituto de Psiquiatria Comunitária, no Itaim-Bibi, em São Paulo, capital. Ambos sofríamos de problemas mentais.  O Olavo era então jornalista do Jornal da Tarde e era de formação católica, tendo pelo menos um sacerdote na sua parentela próxima. Tinha tido algum tipo de ligação com a esquerda da luta armada.

   Destacava-se (…) por uma certa ambição de ser considerado um grande intelectual. Entretanto, o Olavo acabou saindo do hospital psiquiátrico sem alta médica, isto é, resolveu interromper o tratamento antes que os médicos o considerassem em plenas condições. Uniu-se a um psicoterapeuta argentino formado na Suíça, algo místico, que usava na terapia coisas como teias de aranha e pedras molhadas. Posteriormente, o Olavo começou a aparecer na imprensa paulistana como o principal astrólogo da cidade. Uniu-se a várias mulheres e teve filhos com algumas delas. Quem pode falar sobre essa fase do Olavo é o jornalista Leão Serva. Há muitos anos, na última página da Folha da Tarde, Olavo apareceu numa notícia denunciando que estava ameaçado de morte por uma seita religiosa com a qual mantivera contatos e que descobrira que era ligada ao crime organizado. Desde então não vi mais notícias sobre ele na imprensa de São Paulo, até que ele apareceu, muitos anos depois, na imprensa do Rio, como guru anti-esquerdista.” [5]



Astrologia


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De 1975 até 1980, Olavo havia conseguido um espaço para dar aulas de astrologia na livraria Zipak, cedido pelo próprio dono, Luis Pellegrini, na época diretor de redação da Revista Planeta, do qual Olavo era escritor, que com sua livraria havia iniciado a promover cursos dessa matéria desde 1974 (um ano antes). Ele também foi um dos fundadores da escola Júpiter, também em São Paulo, da qual foram alunas, astrólogas como Bárbara Abramo, que teve aulas diretamente com Olavo, assim como da AstroScientia, no estado do Rio de Janeiro. Em 1979, Olavo foi colaborador no primeiro curso de extensão universitária em astrologia da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo para formados em psicologia, dirigido e criado pelo psicólogo argentino Juan Alfredo César Müller. Olavo o conheceu também dentro do hospício. Müller era conhecido por tratar seus pacientes com seus métodos homeopáticos como teias de aranha, pedras molhadas e etc., tudo isso, fazia parte de seus métodos não-convencionais de cura através de tratamentos espirituais e místicos. [6].


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Olavo, sua esposa e a criminosa seita “Tradição”

A seita “Tradição”, fazia parte da “Tariqa” dos irmãos Omar Ali-Shah e Idries Shah. Para entendermos melhor, tariqa (no plural: “turuq”, do árabe طريق ou “caminho ascético”), são confrarias esotéricas islâmicas, da corrente contemplativa e mística do Islã. As turuq surgiram no Magrebe e foram importantes no desenvolvimento do comércio e na expansão do mundo árabe [6]. Em 1986, essa seita virou caso de polícia por conta de suas atividades que envolviam extorquir de seus crentes dinheiro em dólar e outras coisas mais [5] [8].

A reportagem “Tradição, a seita que extorque em dólares, agora caso de polícia” publicada no jornal O Estado de São Paulo em 10 de janeiro de 1986, diz que Roxane Andrade de Souza e Meri Angélica Harakava participaram da seita dos irmãos Shah em São Paulo.


“(…) naquele ano de 1973, e que depois se tornou braço direito de Olavo de Carvalho, que levou todos para a Tarika do Sufismo e para o Tai Chi do Michel Veber. Curiosamente, muitos anos depois fui morar onde o Michel havia morado com a sua segunda esposa, também professora de Tai Chi, e que continuava no prédio, na Rua Souza Aranha, 140, Vila Olímpia, acho que se chamava Ismênia. (…) Quando o Olavo e a Renata frequentaram lá, eu já não ia mais, só voltei um pouco quando entrei para a Tarika do Sufismo através do Amâncio, apesar de conhecer o Olavo há muito tempo, pois eu estudei astrologia com grandes mestres, desde 1977.” [7]

Um dado interessante é que o acervo com mais de dois mil livros de assuntos controversos, como livros místicos e de auto-ajuda, do acervo pessoal do advogado Fausto Thame, um dos dirigentes da seita Tradição em São Paulo, contendo ainda cópias do portfólio da vida profissional da psicóloga Marisa Cristina Thame, filha de Fausto Thame e funcionária da editora Dervish International, foram doados à biblioteca municipal de Boituva, interior de São Paulo, em 27 de junho de 2009. [9]Elesforam citados na reportagem “Astrólogo diz que recebe ameaças por ter denunciado atividade de seita” e no jornal Folha de S. Paulo, em 11 de janeiro de 1986, e na reportagem “Tradição, a seita que extorque em dólares, agora caso de polícia”.

Olavo de Carvalho dizia nada ter a ver com a “tariqa” que participava e delatou todos os seus companheiros, daí surgindo a reportagem: “Astrólogo diz que recebe ameaças por ter denunciado atividade de seita” onde ele diz estar sendo perseguido pelos membros da seita.



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Logo após fundou sua própria seita, fingindo ser professor de Filosofia. Segundo a reportagem da Revista Veja, de 9 de abril de 1980, com o título Alto astral: Já se faz horóscopo até por computador, Olavo de Carvalho cobrava caro por suas “aulas”, onde filiou-se a outras seitas do tipo das tarikas e executou novos golpes. A partir desse grande escândalo, Olavo ficaria na surdina, mais contido, realizando suas seitas exotéricas depravadas e englobando a mente de seus seguidores na surdina, mas não para sempre, até surgir como a bandeira neoliberal, sionista e maçônica travestida de “cristianismo católico”. Mas veremos a partir quais foram suas atividades até reaparecer e depois, como ele fez para ressurgir como uma “nova” face (ou não).


Seita Tariqa Alawiyya: contrabando, abuso sexual e misticismo

O então ex-discípulo dos irmãos Omar Ali-Shah e Idries Shah, tornou-se um dos membros fundadores da Tariqa Maryamiyya no Brasil, a primeira tariqa trazida aqui por brasileiros, em 1987, indo antes para Bloomington, Indiana, nos Estados Unidos, e iniciando-se com o Xeique Frithjof Schuon e com o literato Martin Lings. Algumas viagens ao exterior, a título de viagens espirituais, eram fachada para remessas de tapetes e outras mercadorias importadas de maneira camuflada para enganar o fisco.


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O inglês Martin Lings (esquerda) considerado filósofo das religiões, poeta e místico e Frithjof Schuon (direita), estadunidense considerado metafísico, mestre espiritual e filósofo das religiões. Ambos diziam-se ligados a Filosofia Perene. Schuon se converteu ao Islã em 1933, quando, em viagem pela Argélia, foi iniciado na Tariqa Alawiyya. Autores como René Guénon, Frithjof Schuon e Martin Lings são apenas alguns nomes da Filosofia Perene. Dentro do caldeirão da unidade transcendente das religiões, a fé islâmica se sobressai como a plenitude das religiões tradicionais. Contudo, o que parecia ser apenas uma dinâmica própria de grupos esotéricos periféricos, tem se mostrado muito mais estruturada do pondo de vista prático, seja através do incremento de obras publicadas, como através da disseminação do esoterismo, principalmente nos Estados Unidos e na Europa. Ademais, o perenialismo também influenciou, em aspectos que parecem obscuros, o modo como o ecumenismo moderno foi concebido.

A Tariqa Maryamiyya, um ramo da Tariqa Alawiyya, possui duas sedes no Brasil, uma no município de São José dos Campos, no estado de São Paulo. Uma das sedes brasileiras está ligada à sede de Londres, que era dirigida pelo literato Martin Lings (Abu Bakr Siraj Ad-Din), que morreu em 12 de maio de 2005 [10], e a outra é ligada à sede de Washington, D.C., dirigida pelo filósofo Seyyed Hossein Nasr.

Olavo de Carvalho na tarika do Schuon recebeu o nome de “Muhammed Ibrahim”:



“Para os curiosos: Ao ingressar na tarika do Schuon, recebi, como os demais membros, um nome PARA USO INTERNO NA ORGANIZAÇÃO, como é de hábito em qualquer sociedade esotérica. Esse nome era Mohammed Ibrahim. Quando saí da tarika, recebi do Schuon uma PROIBIÇÃO FORMAL de usar esse nome. Isso foi em 1987. Trinta anos atrás.” [11]



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A direita: Carta com aval de Martin Lings para Olavo de Carvalho em 2 de junho de 1985. A esquerda: Carta de Olavo de Carvalho para Martin Lings em 24 de março de 1986.



Esta tarika tinha a seguinte particularidade: seus integrantes tinham que levar suas esposas para serem submetidas sexualmente ao Xeique Frithjof Schuon. Pessoas solteiras, mesmo homens, poderiam se entregar sexualmente ao Xeique.

Segundo Frithjof Schuon, que misturava islamismo, hinduísmo e xamanismo, a nudez sagrada tem um papel importante entre os hindus e entre os índios americanos, e a nudez feminina em particular manifesta Lakshmi e que em toda a América do Norte foi observada a prática de sodomia entre as tribos nativas. O travestismo era comum em tribos como os Sioux. Na América do Sul, em tribos de caçadores, os homens que não gostassem de desempenhar o papel social de seu gênero poderia juntar-se às mulheres nos afazeres da agricultura e cuidados domésticos. Para participar do grupo feminino deveria deixar os cabelos alongados e ser passivo no sexo.



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Frithjof Schuon em seus cultos sexuais de xamanismo indígena-americano. I Imagem: Koslow Appendix-The Emperor’s New Clothes.

No Dossier Affaire Schuon, em francês, existem detalhes sobre a passagem de Sidi Muhammad (Olavo de Carvalho), líder do grupo de brasileiros, pela tarika de Frithjof Schuon, em Bloomington, nos Estados Unidos.

Segundo o jornal The Blade, de 16 de outubro de 1991, e o livro “Sacred Drift – Essays on the Margins of Islam”, de Peter Lamborn Wilson, de 1996, o mesmo Frithjof Schuon foi acusado, frente ao grande júri, de conduzir seus discípulos em cerimônias de índios americanos, centralizadas ao redor da “nudez sagrada” e de abusar sexualmente das esposas e filhas dos discípulos. [12]


   “Numa série de artigos do jornal Herald Times, de Bloomington, Indiana (de 15 de Outubro de 1991 a 24 de Novembro de 1991), pudemos seguir a trajetória do aparecimento de Schuon frente ao Grande Júri, acusado de abuso de crianças e fraudes. É alegado que, como ‘Xeique Issa da Ordem Sufi Maryami’ (Mestre Jesus da Ordem Sufi Mariana), Schuon conduziu seus discípulos em cerimônias de índios americanos, centralizadas ao redor da ‘nudez sagrada’ e também que ele havia ‘abusado sexualmente’ das esposas e filhas de discípulos. As acusações acabaram sendo arquivadas por falta de evidências e o Promotor do caso foi demitido pelo governador do estado. O Grande Juri, num movimento sem precedente, então se recompôs e tentou investigar ainda mais. O grupo Schuon ameaçou entrar com maiores ações legais em Janeiro de 1992.” [11]

   Na publicação, de Prometheo Liberto, traz ao público aquela carta dentre toda a correspondência trocada entre Olavo de Carvalho/Sidi Muhammad e Martins Lings que é a mais comprometedora. Nela pode-se ver Lings dando as solicitadas instruções a Sidi de como pagar o zakat (esmola), um preceito exotérico do Islã. Ora, se Sidi Muhammad fosse apenas sufi, como ele alega, estaria desobrigado de pagar o zakat, pois tal preceito só deve ser seguido pelos muçulmanos. Assim, a submissão de Sidi Muhammad ao preceito exotérico de pagamento do zakat é uma prova de sua conversão. Lings menciona ainda que Sidi era o líder da comunidade dele. Logo, cabia a ele decidir como usar o dinheiro arrecadado com o zakat. Dito isso, não há mais como sofismar sobre a conversão de Olavo ao Islã. [32]

   Uma ex-aluna de Olavo conta algo muito estranho sobre o mesmo, que foi parar no site de relacionamentos mundial Facebook, através do perfil de usuário e em seguida repassado a Olavo através de um dos seus apoiadores, o qual o mesmo “professor” como é constantemente chamado por seus discípulos nada comentou. Estranho para um velho que constantemente exibe sua opinião de forma torpe, geralmente usando constantemente em seu perfil as palavras c… e ro… [31]

   “O que eu vou postar não tem muita relação com o assunto em pauta, mas gostaria de compartilhar uma quase experiência sexual que me foi muito aterrorizante. Foi durante um curso de filosofia na casa de um professor anti-comunista que fiz durante as férias do meio do ano, em 2006. Neste relato, vou chamar a pessoa que quase me violentou de “Professor”.

   O Professor sempre adotou um sistema no qual é bastante enfatizada a confiança do aluno no mestre, de forma quase hindu.

   Eu tendia a considerar isso um traço “personalista”, comum à nossa cultura ibérica, no dizer de Sergio Buarque de Holanda.Esperava-se de cada aluno que se tornasse próximo pessoalmente do Professor. É bem verdade, devo observar, que boa parte de seus alunos eram escandalosamente efeminados, do tipo que ficava a esfregar as mãozinhas de contentamento e a dar pulinhos a cada análise mais sagaz. Mas fiquei na minha. O puxa-saquismo chegava a ser repugnante às vezes. Havia uma estranha devoção pela figura da senhora mãe do Professor , de quem ele falava muito – havia um enorme retrato dela na parede, em preto e branco, numa antiga cadeira de balanço; senhora respeitável de tipo rural, de óculos redondos de professora, pitando um cachimbo no canto da boca e com uma espingarda do lado . Alguns alunos carregavam na carteira cópia em miniatura desse retrato, para minha estranheza (!!!!!!!)

   Uma vez, de forma pueril, eu caçoei disso, e um dos alunos me olhou com desprezo e disse que eu era um fraco e que era dominado pela minha “mentalidade revolucionária” .

   Comerciais na TV (comerciais de home theater, por exemplo) que falavam em “revolucionar” a forma como vemos TV eram interpretados como propaganda comunista gramsciana e cousas do gênero. É verdade que eram os próprios alunos que levavam esse tipo de cousa a cabo, sem a participação direta do Professor, mas ele no mínimo compactuava por omissão com essa palhaçada toda – desconfio que se divertia/se diverte com isso.

   Havia sim um clima de patrulhamento ideológico e os alunos se policiavam (inclusive uns aos outros) observando sempre em si mesmos e no próximo traços de “mentalidade revolucionária”, cultivando um misto de individualismo e moralismo, aliado a uma necessidade de ser “politicamente incorreto”. Muitos começaram a fumar, mesmo sendo asmáticos de andar com bombinha e a falar os palavrões mais cabeludos, com suas vozezinhas afetadas.

   Eu considerava que o professor, independentemente de suas excentricidades e defeitos, tinha lá bastante a ensinar, como de facto tem, e evitava me aproximar desse núcleo interno mais chegado. O professor às vezes me olhava de rabo de olho e dizia que eu era difícil, mas que ele ainda me conquistaria (é, nessa altura eu já devia ter desconfiado que alguma cousa ali estava errada).

   Havia mesmo um aluno, o mais puxa-saco de todos, que vivia sempre com um bloquinho na mão, no qual, por meio de notas taquigráficas, anotava TUDO que o Prof. dizia – a todo momento, mesmo nas conversas informais, durante o café, o break coffe, em frente a lareira etc. Anotava cada comentário, cada tossido – era inacreditável. Depois passava a limpo num bonito caderno com capa de couro, o qual os alunos chamavam de “Daily words”.

   O mais bizarro é quando fiquei sabendo que um grupo de alunos mais chegados se revezavam para, em duplas ou trios, irem fazer cafuné no Professor até ele adormecer (na hora da sesta). Um deles era elogiado pelo Professor por ter expressivos “negros olhos andaluzes” ou algo assim.

   O Professor gostava de constranger os alunos mais tímidos (que só o chamavam de Sr. Dr. Professor) com piadas obscenas e histórias pornográficas envolvendo “travecos” e “putas”. Gostava de pegar na mão deles e beijar-lhes a testa de forma barulhenta.

   Eu ingenuamente tomava isso tudo por puxa-saquismo, latinidade efusiva de brasileiro, babação de ovo e excentricidade. Até porque o Professor encarnava o “professor excêntrico”, sempre mal barbeado, cheirando mal, impregnado de tabaco e os cabelos sem pentear. Reparo que relatando assim, soa mais abnormal do que eu pensava.

   Uma vez quando ficamos a sós porque eu tirava algumas dúvidas sobre a opinião de René Guénon acerca da benignidade do capitalismo liberal, e já anoitecia, o professor se ausentou pra ir pegar cigarros, deixando-me sozinho na biblioteca. O que vou relatar agora é extremamente constrangedor e soa inventado, de tão pitoresco.

   Vamos lá.

   Antes d’ele voltar, ouvi que tinha colocado para tocar música árabe em alto volume, o que me causou espanto (embora eu soubesse que o Professor é muçulmano). Eis que de súbito adentrou o cômodo inacreditavelmente trajando uma roupa de odalisca, do tipo de dança do ventre e sem sua dentadura (eu nem sabia que usava), mexendo o abdômen flácido e peludo à maneira das dançarinas profissionais, com o pinto de fora.

   É.

   Enquanto encenava esse espetáculo grotesco o Professor gritava como louco, a voz rouca, embargada e guturalizada como um Exu, afetando sotaque de preto velho de Minas: “Tem que imanentizar o escathon, meu filho. Tem que imanentizar o negócio, porra!” e complementava: “cê vai acabar engraxando sapato de vampiiiiiiiiiiiro, meu filho!”, subindo o tom na sílaba tônica de vampiro qual falsete.

   Eu assistia isso pasmo. Ao fundo podia ouvir uma risadinha feminina irritante de alguém que não pude ver, mas que aparentemente se divertia observando-nos, não sei de onde. Quando começou a se aproximar de mim, de pinto duro, contornei-o e saí rapidamente da sala e de sua casa, de saco cheio daquela merda.

   Ocasionalmente ainda vejo essa imagem em alguns pesadelos dos quais acordo bastante perturbado.”



Autointitulado filósofo mas um mestre golpista

Olavo é chamado de “professor”, de filósofo e de jornalista por beócios na Internet, mas não é professor universitário, não é formado em Filosofia e não possui registro de jornalista no site do Ministério do Trabalho e Emprego. [13]

Em 8 de janeiro de 1986, em coautoria com Mateus Soares de Azevedo, Olavo de Carvalho recebeu o Prêmio do Concurso de Monografias sobre a vida do profeta Muhammad, do Centro Islâmico do Brasil, em Brasília.





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Prêmio do Concurso de Monografias sobre a vida do profeta Muhammad do Centro Islâmico do Brasil (Brasília, 8 de janeiro de 1986)


Olavo morava em Iguape, interior de São Paulo, e trabalhava na rua Vicente Prado, 110, no bairro Bela Vista, em São Paulo, que tinha sempre uma população flutuante de 15 a 20 pessoas morando na casa onde ele vivia com a mulher Roxane e os filhos. Os filhos de Olavo junto aos seus alunos dormiam no porão da casa, todos no mesmo quarto, quando não tinham dinheiro para voltar à Iguape. A alegação dos “alunos” para passarem dias ou mesmo meses com Olavo é que as aulas acabavam tarde e ficava difícil voltar para casa, às vezes, em outra cidade. Um destes frequentadores informou à polícia que ninguém tinha quarto privativo e todos se acomodavam como dava.



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Ata da reunião do Seminário de Filosofia do Olavo de Carvalho em 16 de junho de 1990.


Ele chegou a vender antecipadamente a seus “alunos” uma viagem até os Estados Unidos com fins de “autoconhecimento espiritual”. Pegou o dinheiro das passagens e das hospedagens e sumiu com tudo, nunca devolvendo o dinheiro nem entregando a viagem prometida. Este novo crime causou revolta entre seus “alunos”, entre eles Liana Dines, filha do Alberto Dines, que processou o Olavo de Carvalho por apropriação indébita. Ele chegou a confessar tudo uma vez em um de seus vídeos no Youtube. [14]

Olavo enganou muita gente por muito tempo e foi por causa dessa ação penal que o Olavo de Carvalho se mudou para o Rio de Janeiro. Ele havia enganado a filha do jornalista Alberto Dines e muitos jornalistas souberam disso.

Prometheo Liberto, 28 de fevereiro de 2014:


“Digitalizei as peças mais importantes da ação penal contra o Olavo de Carvalho e as envio no arquivo em anexo. Os documentos digitalizados são os seguintes: a) denúncia por apropriação indébita; b) testemunho da vítima Liana Dines; c) testemunho do escritor Mateus Soares de Azevedo; d) carta do Centro Islâmico parabenizando Olavo e Mateus pelo prêmio concedido à monografia sobre o profeta Maomé; e) sentença absolutória com base no princípio in dubio pro reo.

   Posso resumir a ação em poucas palavras. Olavo convidou alguns alunos para uma viagem aos EUA, onde eles iriam conhecer um mestre sufi no estado de Indiana. Liana entregou a Olavo U$ 5.500,00 dólares para custear sua parte na viagem. A viagem ocorreu SEM LIANA. Após isso, ela registrou notícia-crime na Polícia, que deu origem à ação penal por apropriação indébita. Ocorreu que os juízes do Tribunal de Alçada Criminal usaram o princípio in dubio pro reo para absolver Olavo. Eles consideraram pouco crível que uma mulher instruída como Liana – filha do jornalista Alberto Dines – entregasse quantia tal alta nas mãos de seu professor, sendo que poderia ter recorrido a uma agência de viagens. Ou seja, os juízes subestimaram a lábia de Olavo de Carvalho e ignoraram que ninguém vira chefe de seita à toa.”

   “Por fim, o testemunho de Liana confirmou ainda que Olavo era polígamo na época em que viveu como muçulmano. Ela cita MERI HARAKAWA como uma das “esposas” de Olavo.” [14]

   “Os alunos do Sr. Carvalho, mas não só, sabem que ele pertenceu à Tariqah de Frithjof Schuon, porém, ouvem uma estorinha inocente a respeito do facto da mesma ter sido aberta a gente de todas as religiões. O que ele não conta é que era tratado por Sidi Muhammad pelos senhores Schuon e Martin Lings, prova cabal de conversão.”

   “Lembremos agora do prémio que o Sr. Carvaho, orgulhosamente, proclama ter recebido do governo da Arábia Saudita, a propósito de uma obra sobre o Islão! Olavo, melhor do que ninguém, sabe qual é a pena para a apostasia, e que ela não se aplica apenas no caso de infiltração.” [30] Liana Dines, de família judaica e da alta sociedade carioca, casada, na época, sustentava Olavo de Carvalho com contribuições em dinheiro, acreditando na justiça de sua causa e na lisura de seu caráter. Quando Liana Dines resolveu cessar as contribuições, Olavo de Carvalho começou a chantageá-la, ameaçando dizer que ela o estava tentando seduzir.Liana Dines é filha de Alberto Dines, coordenador do Observatório da Imprensa, o primeiro periódico de acompanhamento da mídia no Brasil, que conta atualmente com versões no rádio e na televisão. Alberto Dines recebeu em 24 de outubro de 2007 o prêmio “Austrian Holocaust Memorial Award” no Consulado Geral Austríaco no Rio de Janeiro. Segundo Alberto Dines, três dos seus quatro filhos (Arnaldo, Debora e Liana) moram fora do Brasil há pelo menos trinta anos.


Vamos dar um exemplo de suas lorotas com o seu “Exercício do necrológio”. Ele, o primeiro e o mais importante exercício do Seminário de Filosofia, é o seguinte:



“Cada um de vocês vai supor que morreu, e que você é um amigo seu, uma pessoa que o conheceu e que irá escrever o seu necrológio. Um necrológio é uma breve narratividade de toda a sua vida. Você vai supor que durante a sua vida você realizou o melhor de si, e que todas as suas aspirações mais altas foram realizadas de alguma maneira. Esse seu amigo vai então contar brevemente a sua vida como se estivesse escrevendo uma carta a um terceiro amigo: “ontem morreu fulano de tal, e durante a vida ele fez isso, e aquilo, e etc.  Ou seja, você vai contar sua vida ideal. Isso tem de ser feito com extrema sinceridade e seriedade: você vai mostrar para você mesmo quem você quer ser. É claro que essa imagem muda ao longo do tempo; o seu projeto de vida vai sofrer muitas alterações, aprofundamentos, correções e, sobretudo, amputações. Mas isso não interessa. O que interessa é que ele vai ser a imagem que vai te orientar durante toda a sua vida.”


Rio de Janeiro, Romênia e maçonaria


Uma vez no Rio, Olavo começou a estudar no Conpefil (Conjunto de Pesquisa Filosófica) da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro por três anos, sob a direção do Prof. Pe. Stanislaus Ladusãns, mas após a morte do diretor em 25 de julho de 1993 e da posterior extinção do Confepil, Olavo não concluiu o curso.

Mesmo não possuindo sequer o ensino fundamental, foi Secretário-geral da Fundação Brasil-Romênia, em Bucareste, filiando-se como grão-mestre da maçonaria, estando vinculado a uma loja maçônica na Romênia.

Em 1997 Olavo de Carvalho concedeu entrevistas para o programa Mistério, da Rede Manchete, se apresentando como “filósofo especialista no estudo das religiões comparadas”.

Olavo também associou-se ao empresário judeu Ronald Levinsohn, que deixou três milhões de brasileiros sem as suas economias tornando-se diretor da sua Editora UniverCidade, entre 1999 e 2001. [15]



Reaparecimento e “mudança” de causa


Certo é que ele, durante o período que vai desde envolvimento com a seita de Idries Shah, como visto anteriormente, cuja grande repercussão, todas as suas atividades desde então ele o fez com descrição, depois levando-o a um desaparecimento nos anos seguintes ao que exigiu um “período de quarentena”. Foi quando tornou-se depois disso muqqadam da tariqa de Schuon no Brasil, reapareceu graças às redes sociais, que a sua seita soube tão bem explorar.



Conexões após fundar o Mídia sem Máscara: Olavo e seus patrocinadores e o aparente catolicismo


Depois de ter sido astrólogo, Olavo renegou sua fase mística e esotérica islâmica e tornou-se um bom cristão, “católico de carteirinha”, conservador, defensor da ortodoxia da Igreja Católica, de seus dogmas, de seus conceitos e preconceitos, defensor do sionismo, do capitalismo, do livre mercado, do neoliberalismo e do macartismo.

Operando em conjunto, o grupinho em torno do Olavo, ou seja, o conjunto formado pelos indivíduos que o conhecem há mais de uma década e hoje estão à frente do Instituto Lux et Sapientia, do Instituto das Artes Liberais, do Seminário de Filosofia, do Mídia sem Máscara e outras organizações, com algumas adições que foram sendo feitas nos últimos anos, tratou de se auto-promover criando uma rede que participava em vários grupos de discussão usando a técnica de citarem uns aos outros como se fossem grandes autoridades, para criar a autoridade antes inexistente, aumentando a eficácia dessa estratégia recorrendo à criação de perfis falsos. Assim, construindo falsas maiorias e avançando em conjunto com a sua pequena máfia contra qualquer indivíduo que lhe fizesse frente, se foi gerando o fenômeno “Olavo de Carvalho”. [15] [16]

O Roda Viva, por exemplo, clássico programa de entrevistas pelo qual já passaram grandes pensadores, se tornou porta voz da revista Veja quando foi assumido por Augusto Nunes. E tudo isso passa, de alguma forma, pelo crescimento de Olavo de Carvalho.

Segundo Bertone Sousa, Olavo é incapaz de conviver com ideias diferentes. Essa sua incapacidade, no entanto, é algo que marca toda a sua trajetória de vida, se traduzindo em uma profunda intolerância a qualquer pensamento divergente do seu.

No Mídia sem Máscara, vários colunistas expõem todo tipo de pensamento preconceituoso, tacanho e reducionista travestidos de “jornalismo”. O Mídia Sem Máscara, fundado em agosto de 2002 por Olavo de Carvalho. Foi financiado pelo International Republican Institute (IRI), pelo Opus Dei e pela “É Realizações”. Segundo Luísa Roxo Barja, havia um destaque no “MSM indica” para o site sionista De Olho na Mídia, que afirmava ser a versão brasileira do HonestReporting.com, analisando notícias do conflito Israel-Palestina.  [15] [16]

O Mídia Sem Máscara, fundado em agosto de 2002, cujo editor-chefe é Olavo de Carvalho, é um site que reúne a escória da Internet brasileira e a nata do conservadorismo-liberal dos Estados Unidos. Fazem parte do mesmo empreendimento a Rádio Vox e o True Outspeak. Segundo Bertone Sousa, “olavetes” desprezam a universidade porque são impostores. Não estão comprometidos em produzir conhecimento, mas em espalhar desinformação. Espalhar desinformação é algo que o Olavo tem feito há décadas. Olavetes são limítrofes e pedantes. São o que há de pior e mais baixo na sociedade brasileira.


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Olavo de Carvalho e Rick Santorum, do Opus Dei e do Partido Republicano dos Estados Unidos (Junho de 2002)

O Mídia Sem Máscara possui entre seus aliados a ex-diretora da ANAC Denise Abreu, que responde um processo criminal por diversas infrações da lei, entre eles pelo crime de atentado contra a segurança do transporte aéreo.

A aparente conversão ao catolicismo sem dúvida abriu muitas portas para o Olavo de Carvalho. O cristianismo, ainda que esteja em curva descendente e perdendo fiéis, possui ares de muito maior respeitabilidade que a astrologia e um público muito maior, e a Igreja Católica possui uma estrutura muito mais organizada e hierarquizada que o islamismo ou qualquer outro grupo religioso mundial. Por isso, Posicionar-se a favor da Igreja Católica garante o apoio tácito ou explícito de uma grande organização que, no cenário interno do cristianismo, está rapidamente perdendo fiéis e dízimos para inúmeras outras organizações menos engessadas teologicamente e ainda menos preocupadas em manter a aparência de seriedade teológica, dispostas a todo tipo de extravagância para conquistar a fidelidade de incautos simplórios.

Noutras palavras, a Igreja Católica provê um bom contingente de defensores em potencial para um arauto da moralidade e da ortodoxia cristã, sem o inconveniente de sujeitar-se aos humores de algum líder personalista e com estratégias provavelmente mais voláteis de gerenciamento de seu mercado de dízimos ou de zakat. Ou seja, a Igreja Católica representa um mercado sólido e estável a partir do qual sempre é possível pular para o terreno do protestantismo neo-pentecostal caso alguma coisa saia errada. Olavo de Carvalho professa um cristianismo abstrato. Manifesta sua fé sem jamais dizer à qual confissão de fé pertence. Ninguém pode ser católico tendo tido três mulheres. Muito menos ser astrólogo e católico ao mesmo tempo. [17]

Mesmo assim, Segundo o Diário do Centro do Mundo, a Revista Veja não quer correr o risco de colocar o Olavo de Carvalho em pessoa em suas páginas, por ser um nome universalmente abominado e desprezado fora de um pequeno círculo de pessoas alienadas conhecidas como “olavetes” neologismo formado pelas palavras “Olavo” e “chacrete”). [17]




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Processo do Olavo de Carvalho contra a Revista Bundas, do cartunista Ziraldo


Sobre a Veja, olha que interessante; segundo documentos divulgados pela Naspers, em dezembro de 2005, a Editora Abril tinha uma dívida liquida de aproximadamente US$ 500 milhões, e a família Civita detinha 86,2% das ações e o grupo estadunidense Capital International, 13,8%. A Naspers adquiriu todas as ações da empresa estadunidense, por US$ 177 milhões, mais US$ 86 milhões em ações da família Civita e outros US$ 159 milhões em papéis lançados pela Abril. O negócio da Abril com o Naspers só se tornou possível com a aprovação em 2002 da emenda constitucional que permitiu a entrada nas empresas de mídia de investimentos estrangeiros na proporção de até 30%.

A Editora Abril publica a Revista Veja, de viés de “direita” (que pode compreender liberais ou conservadores dependendo muito de como é denominado no Brasil), e a Revista Carta Capital, de viés de esquerda. A Naspers, por ser um um grupo empresarial sul-africano, apoiou, durante décadas, o Regime do Apartheid. O que nos leva a crer que não é a ideologia que determina os investimentos, para quem ainda estiver pensando nisso, mas ambas são as revistas de conteúdo externamente antagônico mais influente no país.

Reinaldo Azevedo, influente colunista da Veja,por exemplo, foi chefe do Olavo de Carvalho na Revista Bravo. Em 19 de novembro de 2003, Olavo de Carvalho participou de um debate, na Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo, com o professor Alaor Caffé Alves. Olavo de Carvalho saiu do auditório vaiado, chamado em coro de fascista, por tentar aplicar os estratagemas da dialética erística.

Em 24 de maio de 2004, antes de fugir do Brasil para não ser investigado por crimes tributários, Olavo de Carvalho deu uma palestra no Clube Hebraica, em São Paulo, intitulada “O Totalitarismo Islâmico: Herdeiro do Comunismo e do Nazismo”. Que reviravolta, não?

Segundo Lucas Patschiki, a “UnoAmerica” e o “Fuerza Solidária” contam com a participação de membros do Mídia Sem Máscara, especialmente do Olavo de Carvalho e do Heitor de Paola. [15] Olavo de Carvalho chegou a reunir-se em 3 de março de 2009, com Alan Keyes, advogado estadunidense e ex-diplomata no governo do ex-presidente Ronald Reagan,  promotor contínuo de esforços de causas conservadoras ou patriotas ianques como a defesa das fronteiras norte-americanas, mas é um exímio defensor do neoliberalismo e diminuição total do Estado, e o venezuelano Alejandro Peña Esclusa em um hotel em Washington D.C. para uma conversa informal sobre a América Latina. Quem são eles e qual a relevância disso?

Em julho de 2010, Alejandro Peña Esclusa foi preso em flagrante após ter sido delatado, em depoimento à polícia, por Francisco Chávez Abarca, depois da polícia ter encontrado explosivos, detonadores e munição na casa dele. Ele era o suspeito número um de um plano para assassinar o Papa João Paulo II em sua visita à Venezuela em 13 de novembro de 1984. Olavo de Carvalho gravou um apelo urgente pedindo a libertação de Alejandro Peña Esclusa para Hugo Chávez, presidente da Venezuela. O Heitor de Paola possui conexões com o Grupo brasileiro de Articulação Sionista (ArtiSion) e o Olavo de Carvalho com a Organização Sionista do Rio Grande do Sul (Rua Felipe Camarão, 487 – Porto Alegre – RS). A Organização Sionista do Rio Grande do Sul é uma filial brasileira do WZO (World Zionist Organization).

Em 2011, Olavo de Carvalho, que vinha trabalhando como diretor editorial informal e conselheiro geral da “É Realizações”, (como dito antes) rompeu relações com o empresário Edson Filho, que é casado com Angela Zogbi de Oliveira, de uma rica família de empresários e banqueiros. Edson Filho, dono da É Realizações, de boa fé, havia emprestado a Olavo uma grande quantia em dólares para que ele realizasse obras em sua nova casa atual, na área rural da Virgínia. Como vingança por ter sido enganado, Edson Filho criou o site Mídia a Mais para concorrer com o Mídia Sem Máscara.

Sobre seus crimes e delações, em 26 de fevereiro de 2014, Marco Feliciano discursou na Câmara dos Deputados contra a divulgação de processos antigos do réu Olavo de Carvalho na Internet.

Em verdade, Olavo saiu rapidamente do Brasil para fugir de seus processos, vindos de tantos e tantos dos quais ele enganou aqui e ainda engana.


Pessoas e objetos de opinião: Sionismo e Israel


Apesar de ter um “certificado de sionista”, no qual os sionistas da Organização Sionista do Rio Grande do Sul agradecem pela divulgação da causa, Olavo  alega não ser sionista, mas, é abertamente a favor de Israel e contra o povo palestino. Defende que o estado terrorista-sionista, devido à propaganda chamada de “Holocausto”, tem direito de ocupar a Palestina e que o governo judaico deve expulsar os nativos palestinos para assim fazer espaço aos judeus  afirmando ainda que quem é contra Israel também é contra os direitos humanos e a humanidade. Acusa quem é contra o estado terrorista de Israel de ser “antissemita”, fazendo confusão com o termo anti-sionista (agente de desinformação). [19]


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Chamar qualquer pessoa que se posicione contraria as políticas sionistas e israelense de anti-semita em vez de anti-sionista é uma prática comum e disseminada pelos defensores gentios ou judeus do próprio sionismo e do Estado artificial de Israel.

Segundo  o próprio Olavo:

 “Tenho estudado bastante a questão do anti-semitismo; algumas entidades judaicas já me ouviram falar a respeito e sabem que não sou, no assunto, nenhum novato, nenhum ingênuo, nenhum palpiteiro leviano.”  [20]

   “O elemento durável e decisivo na História são as religiões: o Estado, a nação e, no fim das contas, tudo o que hoje se denomina “política” são apenas a espuma na superfície de uma corrente que se constitui, em essência, da história das religiões, tomado o termo num sentido amplo que abrange os movimentos ocultistas e esotéricos, incluindo os que se travestem de materialistas e agnósticos (o marxismo é o exemplo mais nítido: leiam Marx and Satan, do pastor Richard Wurmbrand, e To Eliminate the Opiate, do rabino Marvin Antelman, e entenderão do que estou falando). [21] Quando o Todo-Poderoso concedeu a Israel o privilégio de ser, entre todos, o povo portador da mensagem divina, Ele não o fez a título parcial e provisório, mas totalmente e de uma vez para sempre.”  [22]

   “Não há desculpa alguma para não entender que judeus renegados como Karl Marx, Leon Trotski, Karl Radek, Georg Lukacs e os frankfurtianos estão incluídos na definição. Na URSS do tempo de Lênin, os membros da famigerada Seção Judaica do Partido Comunista se prevaleciam de sua origem familiar para poder espionar e denunciar os líderes religiosos judeus, como hoje tantos se valem da condição nominal de “judeus” para poder fazer propaganda anti-israelense sem deixar de beneficiar-se, quando lhes interessa, da proteção e da ajuda paternal da própria comunidade judaica.”


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Ainda de acordo com Olavo de Carvalho, Israel e Palestina não estão em guerra e como é a favor do expansionismo judaico na região, ainda afirma que Israel e EUA são os países que impedem que a Nova Ordem Mundial seja estabelecida (sic!). Apesar de seu apoio ao sionismo ele é contra a esquerda, cujos membros do comunismo eram a maior parte judeus [23]

Olavo chegou a acusar um dos integrantes do Mídia Sem Máscara, Janer Cristaldo de anti-semitismo. após a publicação do artigo “Sobre Maimônides” disponível no Baguete Jornalismo Digital, de 12 de dezembro de 2005.Segundo Olavo:

“O Mídia Sem Máscara não é puro e inatacável como a Folha, o Globo e tantos outros monumentos de santidade jornalística. Enquanto essas publicações jamais pecam, jamais têm culpas morais, no máximo deslizes técnicos cometidos com intenções insuperavelmente éticas e elevadas, nós aqui assumimos a plena responsabilidade moral do que publicamos, e não nos sentimos isentos de culpa pelo que Janer Cristaldo escreveu. Ao contrário, assumimos essa culpa – não por concordarmos com uma só palavra do que ele disse, mas porque, quando um homem não sente vergonha do mal que comete, não resta alternativa aos seus colegas e amigos senão senti-la em lugar dele.”


Esquerda e Direita no Brasil


Olavo de Carvalho, apesar do passado comunista dele e de sua mulher, é um dos membros mais influentes da direita no Brasil, alcançando mais de 500 mil seguidores em suas redes sociais, ele prega a desinformação nesse campo, afirmando e propagando que “Fascismo e Nacional-Socialismo é o mesmo que o comunismo e que todos são de esquerda”. Como funciona essa desarticulação de pensamento e realidade na prática? Como ele é muito adorado por diversos segmentos liberais, de direita e conservadores, vemos diversos exemplos de suas ideias ininteligíveis disseminadas entre educadores e pessoas de base e gabarito. Um exemplo está na divulgada na internet professora Ana Caroline Campagnolo Bellei (olavete), em uma aula aos alunos do 9ª ano:


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Somente aqui no Brasil, Olavo tem algum tipo de credibilidade, e por estar envolvido com muitas pessoas influentes, ele é bastante agraciado [29].

Mesmo sem qualquer escolaridade ou mérito, Olavo é possuidor de alguns títulos e honrarias no Brasil. Além dos citados prêmio no Concurso de Monografias sobre a vida do profeta Maomé, do Centro Islâmico do Brasil (Brasília, 8 de janeiro de 1986) em coautoria com Mateus Soares de Azevedo e a distinção honorífica da Ordinul Național Pentru Merit (Ordem Nacional do Mérito da Romênia) em 5 de dezembro de 2000, conquistou o Primeiro Prêmio em concurso sobre José Ortega y Gasset (instituído pela embaixada do Reino da Espanha – 1985), foi agraciado com a Medalha do Pacificador (25 de agosto de 1999) [26], a Medalha do Mérito Santos-Dumont (20 de julho de 2001) [27], o diploma de Colaborador do Instituto de Geografia e História Militar do Brasil (30 de março de 2004) [28], e a Medalha Tiradentes (2012) através de lei de autoria do deputado Flávio Bolsonaro [27]. Um dado interesse sobre este último, mostra que o deputado Marcelo Freixo (PSOL), deixou registrado na ata que, mesmo tendo um pensamento absolutamente oposto, defende o direito de o deputado Flávio Bolsonaro fazer a homenagem que ele quiser.


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Da esquerda para a direita: Medalha do Pacificador (25 de agosto de 1999), Medalha Mérito Santos-Dumont (20 de julho de 2001) e Medalha Tiradentes (15 de dezembro de 2011).


A pergunta ainda continua, quem financia o astrólogo Olavo de Carvalho?



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[1] (True Outspeak) BlogTalkRadio

[2] Olavo de Cavalho: Notas das redes sociais reunidas – Momentos inesquecíveis

[3] Resposta solicitada pelo Sr. Ronaldo Schlichting

[4] Gueto Frigideira entrevista Renato Pompeu no enxurrada.com.br

[5] Idem, Alto astral: Já se faz horóscopo até por computador. Revista Veja, 9 de abril de 1980, página 68,  Nos anos 1980, a seita “Tradição”, extorquia em dólares, virava caso de polícia, como mostrou “O Estado de S. Paulo”, em 10 de janeiro de 1986. Clique para ver o documento.

[6] Central Nacional de Astrologia: Juan Alfredo César Müller

[7] CAIRUS, José Antônio Teófilo. Jihad, Cativeiro e Redenção: escravidão, resistência e irmandade, Sudão Central e Bahia, 1835. Orientador: Manolo Garcia Florentino. Rio de Janeiro: UFRJ/ IFCS, 2002.

[8] acervo.estadao.com.br

[9] Notícias de Boituva: Acervo do advogado Fausto Thame é doado para Biblioteca Municipal

[10] The Guardian: Obituary – Martin Lings

[11] Olavo de Carvalho: Notas das redes sociais reunidas (30/1/2017)

[12] Toledo Blade, 16 de outubro de 1991 – Google Books; Peter Lamborn Wilson. Sacred Drift – Essays on the Margins of Islam. City Light Books, 1996. PDF

[13] O Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) concede o registro profissional a 14 categorias: Artista e Técnico em Espetáculos de Diversões; Arquivista e Técnico em Arquivo; Atuário, Guardador e Lavador de Veículos; Jornalista; Publicitário e Agenciador de Propaganda; Radialista; Secretário e Técnico em Secretariado; Técnico de Segurança do Trabalho; e Sociólogo.

[14] Ação Penal contra Olavo de Carvalho (Google Drive PDF)

[15] PATSCHIKI, Lucas. Marechal Cândido Rondon: Programa de Pós-Graduação em História UNIOESTE, 2012. (PDF)

[16] BRAJA, Luísa Roxo. A face obscura da política: governo e eleições no MídiaSem Máscara. Aurora. Revista de Arte, Mídia e Política. n. 4 (2009). ISSN 1982-6672. (PDF)

[17] Baguete: Quem financia o astrólogo? (27 de janeiro de 2008)

[18] DCM: Como a Veja se tornou uma olavete (5 de janeiro de 2014)

[19] Prometheo Liberto: A explicação para certas notícias faltantes na imprensa brasileira; Olavo de Carvalho: Entenda o conflito Israel X Palestina (vídeo Youtube)

[20] Recado aos judeus: Olavo de Carvalho, O Globo, 20 de março de 2004

[21] To Eliminate the Opiate (volume I) e To Eliminate the Opiate (volume II)

[22] Visão Judaica, Olavo de Carvalho, n. 25, agosto de 2004

[23] Olavo de Carvalho | Não existe guerra entre Israel e Palestina (Vídeo Youtube)

[24] BBC Brasil: Olavo de Carvalho, o ‘parteiro’ da nova direita que diz ter dado à luz flores e lacraias

[25] Psicopatas ocultos e inversos. Agência de Notícias de Direitos Animais.

[26] Secretaria-Geral do Exército – PORTARIA Nº 391, DE 21 DE JULHO DE 1999. Medalha do Pacificador – outorga.

[27] Poder Legislativo: Dep. Flávio Bolsonaro (30 de novembro de 2011). Projeto de Resolução Nº 536/2011. JusBrasil (3 páginas). Projeto de Resolução Nº 536/2011 concede a Medalha Tiradentes e o respectivo diploma ao filósofo, escritor, jornalista e conferencista Olavo Luiz Pimentel de Carvalho. (…) Foi homenageado com a Medalha do Pacificador, Medalha Mérito Santos Dumont, Comendador da (Ordem Nacional do Mérito da Romênia) e Primeiro Prêmio em concurso de ensaios sobre história islâmica instituído pela Embaixada do Reino da Arábia Saudita.

[28] Decorationsand Certificates. Web.archives (PDF)

[29] Medalhas acima citadas.

[30] Prometheo Liberto: O processo que o Sr. Olavo de Carvalho, ou Sidi Muhammad, deseja esconder do público recorrendo aos seus amigos maçons na Câmara dos Deputados.

[31] link direto da postagem no Facebook

[32] Prometheo Liberto: Sexo, Sufismo e Mentiras: Quando Olavo é Traído por Sidi

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Este artigo foi replicado do seguinte sítio: https://www.osentinela.org/andre-marques/a-verdade-sobre-olavo-de-carvalho-o-guru-da-direita-kosher/


Todos créditos ao site acima. Apenas fizemos pequenas correções e edições para adaptar o artigo ao nosso fórum.

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